No âmbito do renomado Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA), um trabalho cinematográfico brasileiro chamado “A Portas Fechadas” irrompe com destaque. Sob a direção habilidosa de João Pedro Bim, esta obra inovadora lança luz sobre um capítulo sombrio da história do Brasil – a era da ditadura militar. A película, que faz parte da seleção de um dos festivais de documentários mais prestigiosos do mundo, reacende um passado marcante e doloroso por meio de imagens há muito esquecidas.
O filme “A Portas Fechadas” baseia-se em uma reunião de alto escalão do Conselho de Segurança Nacional, oferecendo uma visão singular dos bastidores do regime autoritário. O que o torna ainda mais notável é o acervo de imagens raras resgatadas da obscuridade. Estas cenas preciosas foram originalmente produzidas pela Agência Especial de Relações Públicas, o órgão de propaganda do regime militar. E o que é igualmente surpreendente é que esse material, outrora exibido na televisão e no cinema, havia sido negligenciado e se perdeu na vasta coleção do Arquivo Nacional por décadas, sem ter visto a luz do dia desde a década de 1970.
O cineasta João Pedro Bim, armado com determinação e paixão pela história do Brasil, empreendeu a árdua tarefa de digitalizar os filmes originais em 16mm. A restauração dessas imagens únicas proporcionou um mergulho profundo em um período sombrio, permitindo que o público atual e futuro testemunhe e reflita sobre um momento crucial da história brasileira.
O Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) é conhecido por apresentar o que há de mais extraordinário e impactante n o mundo do cinema documental. Este ano, entre os dias 8 e 19 de novembro, o “A Portas Fechadas” terá a honra de ser exibido para uma audiência global. Esta é uma oportunidade única para que a narrativa do Brasil sobre a ditadura militar ganhe destaque internacional e, ao mesmo tempo, sirva como um lembrete da importância de preservar e resgatar o passado para entender o presente.
“A Portas Fechadas” é mais do que um filme; é um testemunho visual que pode ajudar a iluminar os recessos mais sombrios da história, mantendo viva a memória de um tempo que não deve ser esquecido. Esta obra única promete abrir portas para uma reflexão profunda e significativa sobre a luta contínua pela verdade, justiça e liberdade no Brasil.
Hermano Araruna
