Governo Lula adota posição equivalente a sigilo de 100 anos sobre agenda de Janja

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O governo Lula negou, em 2023, 1.339 pedidos de informações sob a justificativa de conter dados pessoais. A decisão, na prática, impõe um sigilo de 100 anos sobre os documentos solicitados. Entre as informações colocadas em sigilo centenário pela gestão do presidente Lula (PT) , conforme o ´Estadão´, estão a agenda da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.

A agenda oficial da primeira-dama expõe uma série de omissões de reuniões com integrantes do primeiro escalão do governo federal nos primeiros seis meses deste ano. Isso apesar de sua constante presença em eventos públicos ao lado de Lula e em viagens de estado.

Como Janja não ocupa um cargo oficial, ela não tem a obrigação legal de divulgar diariamente uma agenda pública, como outras autoridades. Mas essa é a primeira vez que uma primeira-dama despacha diariamente no Palácio do Planalto e participa de reuniões políticas de trabalho do Executivo.

O registro do dia a dia foi obtido pela Folha por LAI (Lei de Acesso à Informação) e engloba o período de 1º de janeiro a 28 de junho deste ano.

Foram 86 compromissos registrados, desde reuniões com ministros até encontro com parlamentares e influenciadores. Muitas das reuniões com integrantes do primeiro escalão do Executivo, inclusive com membros do núcleo do governo, não foram registradas nas agendas dos ministros.

Janja é presença constante em cerimônias no Palácio do Planalto, como posses e lançamentos de programas do governo. Ela também esteve presente em todas as viagens internacionais de Lula.

As aparições nos eventos no Planalto são os momentos em que ela guarda similaridade com as últimas primeiras-damas, Marcela Temer e Michelle Bolsonaro.

Janja contrasta, contudo, na atuação política, sobretudo no Planalto. Ela usa diariamente uma sala no andar do presidente Lula, assim como tiveram e não fizeram tanto uso suas antecessoras.

De acordo com os registros da LAI, a primeira-dama teve reuniões e encontros com ao menos sete integrantes do primeiro escalão do governo: Margareth Menezes (Cultura), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão) e os palacianos Paulo Pimenta (Secom), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

Desses, apenas Dweck registrou em sua agenda pública o encontro com a primeira-dama.

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